Composteira

 


Olá, pessoal!

Sempre que escrevemos um texto relacionado a meio ambiente e sustentabilidade, damos dicas para diminuir o uso de plástico ou fazer substituições ecológicas para o dia a dia.

Hoje viemos falar sobre um tipo de “lixo” que é gerado em todas as casas e vai para os aterros e lixões, embora pudesse ter outros fins, até mesmo dentro de casa. 

Bora conversar sobre compoteiras e compostagem!

Antes de explicar o que é, devemos pensar que enquanto milhões de pessoas no Brasil passam fome — e devido à pandemia e à alta taxa de desemprego esse número tem sido crescente — são geradas 40 mil toneladas de lixo orgânico.

Isso mesmo, 40 mil toneladas de comida são jogadas no lixo!!

Significa que mais da metade dos resíduos gerados em nosso país é essencialmente composta  daquilo que falta em muitas das nossas mesas: a comida. É como se rasgássemos dinheiro, já que esse resíduo tem potencial econômico para virar adubo, gás combustível e até mesmo energia! Só que, infelizmente, reaproveita-se apenas 1% do que é descartado.

Sem contar os impactos causados no solo, lençóis freáticos e até poluição atmosférica.

É necessário reverter esse ciclo de desperdício em nosso país, e enquanto as autoridades não pensam em uma forma de amenizar esse impacto, nós podemos fazer isso em nossas casas.

Alguns de vocês podem se perguntar “mas se é orgânico, como causa impacto?”

Vamos lá...

Primeiro vamos aos impactos no solo. É bom lembrar que nem todas as cidades brasileiras possuem aterros sanitários e ainda hoje vemos muitos lixões a céu aberto pelo Brasil afora. 

Como os orgânicos, na maioria das vezes, são jogados em sacolas plásticas, junto com pilhas, papel higiênico e fraldas usadas, lâmpadas quebradas, embalagens plásticas, entre tantas outras coisas, podem ser contaminados por esses outros tipos de lixos, que são potencialmente tóxicos e em cuja composição pode haver até mesmo metais pesados.




Esses materiais causarão um impacto enorme no solo e nos lençóis freáticos (aquela água subterrânea que é essencial para o nosso consumo). 

Por isso é de extrema importância destinar cada resíduo no local correto.

No caso da atmosfera, a decomposição desse material gera um gás chamado metano, que é nocivo e polui o ar. Estima-se que se os resíduos orgânicos descartados em um ano no Brasil fossem tratados da forma correta, as emissões desses gases seriam reduzidas a um nível que equivaleria a 7 milhões a menos de automóveis nas ruas. 

E estamos dando uma leve pincelada no problema; acreditem: pensar numa forma de evitar o desperdício é urgente!

E como você pode ajudar?

Antes de mais nada, pense: será que é necessário comprar quilos e mais quilos de alimentos só porque estão em promoção? Será que você vai dar conta de consumi-los antes que tudo estrague?

Acho que essa é a primeira pergunta que devemos responder, porque comprar em grandes quantidades, por impulso, não é nada sustentável. Até porque o desperdício de alimento nem começa em casa. De tudo o que é produzido no Brasil, cerca de 30% não chega sequer perto da nossa mesa.

Se pensarmos na cadeia de produção, em todas as etapas há desperdícios, desde a colheita até a nossa residência (veja a imagem abaixo).




Será que é agora que falaremos sobre a composteira??



Ainda não, porque, antes desse alimento entrar na composteira (já explicaremos o que é e para que serve), ele precisa ser utilizado até o fim. 

“Ahhh, mas vocês estão falando que temos que comer até a casca do abacaxi?” 

É praticamente isso. Hoje em dia temos acesso a uma coisa chamada internet, onde encontramos milhares de dicas do que fazer com cascas de alimentos. É uma infinidade de receitas, sucos, doces, temperos, tudo com o que iria ser “jogado fora” (entre aspas porque não existe jogar fora, tudo fica no nosso planeta).

Vocês podem se perguntar: se eu vou aproveitar tudo, para que eu preciso de uma composteira?

Antes de respondermos, vamos ao assunto compostagem e composteira. Demoramos, mas chegamos!


A composteira nada mais é do que um lugar ou estrutura adequados para o depósito e compostagem da matéria orgânica. É onde os resíduos orgânicos se transformarão em adubo.

Essa estrutura pode ser construída com algumas caixas plásticas, baldes, garrafas pet, pedaços de madeira. Também é possível decompor a matéria orgânica diretamente no solo, tudo vai depender do espaço de que você dispõe e do ambiente em que você vive.




Já a compostagem é essencialmente o processo biológico de valorização da matéria orgânica e pode ser considerada uma forma de reciclagem do lixo orgânico. É um processo natural onde os microrganismos (fungos e bactérias) ficam a cargo da degradação da matéria orgânica, transformando-a em húmus (material fértil e rico em nutrientes) e biofertilizante (adubo líquido).

A compostagem caseira reduz as sobras de alimentos, além de gerar um adubo rico para as plantas ou hortas da nossa casa.

Existem diversos tipos de compostagem, mas as caseiras são basicamente divididas nas categorias de vermicompostagem e compostagem seca.



Na primeira, são utilizadas minhocas, que são detritívoras, ou seja, alimentam-se de matéria orgânica parcialmente em decomposição. Portanto, elas aceleram o processo de compostagem e ajudam seu adubo a ficar pronto mais rapidamente.

Já na compostagem seca, as minhocas não entram na composteira. O processo é um pouco mais demorado e a decomposição e a transformação do alimento em adubo serão realizados somente pelos fungos e bactérias.


E por que ter uma composteira mesmo que você utilize tudo?

Às vezes acontece de comprarmos um alimento estragado ou de ele estragar antes de usarmos. Embora um alimento nessas condições possa ser perigoso pra você, ele não fará nenhum mal à sua composteira.

As minhocas não terão uma dor de barriga por se alimentarem de um tomate passado!

E tudo bem, talvez você não queira e nem goste de um doce feito com casca de bananas. Fique sabendo que é pra esses momentos que uma composteira vai bem. Afinal de contas, é melhor que a casca daquele chuchu que poderia render um suflê delicioso vire adubo do que vá parar num lixão.

A nossa ideia não é de sermos radicais, e sim mostrar que, mesmo em casa, somos capazes de evitar desperdícios. 

Independente do seu orçamento, existe uma maneira fácil de criarmos receitas, transformarmos alimentos e até mesmo fazer compostagem.

Basta um pouco de criatividade e força de vontade.

Autora: Caroline Figueiredo (@carol_fig1408) bióloga e educadora ambiental

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